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HNSG reúne, pelo décimo ano, pacientes transplantados de fígado

O Hospital Nossa Senhora das Graças (HNSG), referência em transplantes hepáticos no Paraná, celebrou no dia 12 de dezembro uma década de histórias transformadas no 10º Encontro de Pacientes Transplantados de Fígado. O evento reuniu pacientes, familiares e equipe médica para um momento de troca de experiências e celebração da vida.

“Já são 10 anos desse encontro que reforça o laço dessa grande família, onde histórias marcantes se cruzam e a vida de nossos pacientes é celebrada com gratidão”, destaca a diretora-geral do HNSG, Ir. Maria de Fátima Sobral.

Além de ser um momento de celebração, o evento reforçou a importância de olhar para a doação de órgãos como um gesto que não apenas salva vidas, mas devolve sonhos, abraços e histórias.

“O transplante começa com um ato muito grande amor ao próximo, quando uma família em um momento de extrema dor opta por tomar essa decisão e faz com que os órgãos sejam continuados no corpo de outra pessoa. Esse amor, dali para frente, ele se mantém e se renova a cada dia pela gratidão, sentimento que reflete muito bem o que é o transplante hepático”, disse na abertura do evento, Dr. Marco Aurélio Raeder da Costa, um dos cirurgiões de Transplante Hepático do  Centro de Cirurgia, Gastroenterologia e Hepatologia – CIGHEP do HNSG.

O Diretor Técnico-Médico do HNSG, Dr. Luiz Sallim Emed, também proferiu algumas palavras aos pacientes. “Mais do que o científico, vocês foram acolhidos e continuam sendo. As Irmãs que estão aqui, estão trabalhando e seguindo a missão de São Vicente e Santa Luísa que tem mais de 400 anos. E essa fé e essa esperança não vai ser descontinuada. Os próximos encontros vamos manter essa esperança, essa fé e a alegria de viver”, disse o diretor.

O evento também contou com a presença do Frei Roque da Silva para um momento espiritual e da ex-paciente do HNSG e cantora, Jennifer Bonacolsi, que fez uma apresentação musical.

Histórias de Gratidão

Durante o evento os pacientes foram chamados pelo nome e tempo de transplante para receber um abraço da equipe médica e foi entregue uma singela lembrança.

Alguns pacientes transplantados homenagearam a equipe de transplante. Rosani Canez, não escondeu a emoção ao agradecer: “Não há palavras para expressar minha gratidão. A família do meu doador, em um momento de dor tão grande, fez o maior gesto de amor possível ao permitir que outra pessoa tivesse uma nova chance de vida”, disse emocionada.

Já Rosimeire Nogueira, referiu-se à equipe médica como “anjos de jaleco branco”. “A cada dia, sinto que somos abençoados por essas mãos divinas, que com tanto amor, nos guiam e nos cuidam. Eles são os anjos na terra”.

Carlos Sérgio Bonfim, também expressou sua gratidão: “Sou grato a Deus, à família do meu doador e à equipe médica que não medem esforços para deixar a gente calmo, bem e fazer o possível para que a gente tenha vida.”

Doação de Órgãos no Paraná

De acordo com a Central de Transplantes do Estado, em 2024 foram realizados 238 transplantes de fígado no Paraná, sendo que 259 pessoas ainda estão na fila de espera. Segundo Dr. Marco Aurélio, a ordem da fila dos pacientes que precisam do transplante é definida pela gravidade da doença. “Pacientes em condições críticas, como aqueles com hepatite fulminante, têm prioridade absoluta na lista de espera”, explica. Entre as principais causas que levam ao transplante estão a cirrose hepática, complicações decorrentes do uso excessivo de álcool, doença gordurosa do fígado e hepatites virais.

No entanto, o maior desafio ainda é a conscientização da população sobre a doação de órgãos. “Muitas famílias recusam a doação por falta de informação ou questões culturais e religiosas. É fundamental que as pessoas manifestem em vida o desejo de doar, para que suas famílias possam honrar essa vontade em um momento tão delicado”, afirma Dr. Marco Aurélio.

Por Mônica Neves, em 16/12/2024.