Na tentativa de abraçar o mundo, a mulher ainda precisa de um tempo para cuidar de sua saúde.
Levar o filho para a escola, trabalhar, cuidar da casa e do marido. Para a maioria das mulheres o dia a dia é assim. E com tantas atividades, como arranjar um tempo para cuidar de si mesma e ainda ter uma vida saudável?
Nas últimas décadas, a mulher vem acumulando inúmeras responsabilidades e perdendo qualidade de vida. Muitas não conseguem se exercitar, ir ao médico com frequência e se alimentar bem. O resultado é o aparecimento de doenças cada vez mais precoces.
“O estresse ganha evidência na mulher, porque nos últimos anos ela passou a ocupar um lugar de destaque no mercado de trabalho. Na necessidade de comprovar sua eficiência, gerando competição com o sexo masculino e entre elas mesmas, o estresse é inevitável”, destaca o médico cardiologista do Hospital Nossa Senhora das Graças (HNSG), Dr. Dalton Precoma.
Segundo o especialista, o estresse é um dos principais riscos para a saúde do coração da mulher. Outros fatores que podem comprometer sua saúde são– o aumento das gorduras no sangue – colesterol e triglicerídeos, o fumo, diabetes, hipertensão arterial, obesidade e o sedentarismo. “Estes fatores são responsáveis por 90% das causas do infarto”, afirma.
Os sintomas de que algo não vai bem, são diferentes do homem e podem surgir de forma silenciosa. “Uma das hipóteses são decorrentes da parte hormonal”, explica o cardiologista. As coronárias nas mulheres – artérias que que levam ao músculo cardíaco o sangue necessário ao seu funcionamento – são mais finas, e uma grande parte da dor torácica na mulher pode ser atípica, isto é, com características diferentes que o homem tem, como a dor intensa . Outros sinais que podem ser observados são o suor intenso, náusea e palidez cutâneo, que ocorrem em conjunto no momento do infarto. “Após a menopausa a mulher deve realizar exames anuais”, destaca o médico.
Enxaqueca x hormônios femininos
Outro fato que pode ser influenciado pelo estresse é a dor de cabeça, um dos sintomas que mais acomete as mulheres. “A enxaqueca, por exemplo, atinge quatro vezes mais as mulheres do que os homens”, aponta o neurologista do Hospital Nossa Senhora das Graças, Dr. Cleverson de Macedo Gracia.
Ele explica que o alzheimer e a esclerose múltipla também são mais comuns no sexo feminino. A maior incidência dessas doenças é devido ao próprio organismo. “A ação dos hormônios femininos potencializam o seu surgimento”, explica o neurologista. Além disso, não existem formas de prevenção. “A enxaqueca é hereditária e a esclerose múltipla não possui uma causa conhecida”, conta. O Mal de Alzheimer também não tem grandes opções preventivas, exceto procurar exercitar a mente.
Sucesso é bom e todo mundo gosta, mas vale desacelerar
Planejamento, não assumir múltiplas tarefas que terá dificuldade de cumprir, ter uma dieta saudável, praticar exercícios físicos regulares, ter tempo para atividades sociais e familiares, tirar férias regularmente – são algumas das dicas do cardiologista para uma vida melhor e mais saudável.
Já a sugestão do psicólogo do HNSG, José Palcoski, é o diálogo em casa para divisão de tarefas e rotinas. “Para amenizar o problema, a melhor dica é buscar conversar com o companheiro e buscar as praticidades do dia a dia”, sugere.