Uma segunda chance para viver
A jovem Tais Sardanha, de 21 anos, descobriu uma doença grave em 2012, enquanto estava grávida. Ela foi internada no HNSG, e o parto teve que ser realizado, com apenas oito meses de gravidez, após Tais entrar em coma. Ela não sentiu as dores do parto, não pode amamentar o seu filho, e só pode conhecê-lo após dois meses que foi internada.
Ao sair do coma, teve que reaprender a andar, comer, e fazer as coisas que sempre fez sozinha. Mas, apesar de todos os momentos difíceis que passou, hoje, para ela, cada dia é uma nova oportunidade de viver.
O HNSG na minha vida
Eu sou uma pessoa simples e muito chorona. Quando eu descobri que estava grávida tinha 19 anos, era vendedora, e estudante de direito. Queria passar em um concurso público ou ser advogada da família. Mas meu sonho acabou sendo adiado por um momento delicado que passei com a minha saúde.
Com oito meses de gestação, comecei a passar muito mal com fortes dores nas pernas e no braço. Assim que cheguei no HNSG, os médicos logo de início não conseguiram descobrir o que eu tinha. Fui, então, para o quarto, tomei uma injeção para amenizar a dor, e ela passou. Porém, mais tarde meu estado piorou. Fui levada imediatamente para a UTI e entrei em coma.
Este foi um momento de desespero para meus familiares e meu marido. Os médicos descobriram o meu diagnóstico – Púrpura trombocitopênica idiopática. Uma doença caracterizada por um defeito quantitativo das plaquetas (trombócitos) no sangue. Com o agravamento da doença, os médicos resolveram fazer o parto com urgência e eu em coma não pude ver nada. Tive mais de de 30 micros AVCs.
O fato de meu filho ter nascido prematuro, foi um grande susto para todos. Como meu marido não tinha ajuda para cuidar do nosso filho sozinho, pediu para uma madrinha, pai e sogra virem para Curitiba – eles moravam no interior do Paraná. Todos cuidaram do nosso filho durante dois meses. Meu marido teve que pedir licença no trabalho e passava o dia inteiro no hospital comigo e quando abria um espaço, ia ver nosso filho.
Quando sai do coma, estava ainda meio tonta, não lembrava de nada que tinha acontecido até a entrada no hospital. Apenas me lembro de quando acordei em um quarto de hospital. A impressão de sair do coma é de que nada daquilo aconteceu realmente, que foi apenas um pesadelo. Quanto a minha família, foi como se eu tivesse vendo eles após alguns dias.
Os dias foram passando e fui melhorando. Depois de meses internada, fui para casa conhecer o meu filho. Aos poucos fui aprendendo a comer de novo, a andar, dar banho no meu filho sem ajuda, e hoje consigo fazer quase tudo sozinha. O mais difícil em minha recuperação foi andar novamente,n ão tinha força nas pernas para me equilibrar, tive que fazer muita fisioterapia.
Encontrar o meu filho pela primeira vez foi muito emocionante, pois ele também era um milagre. Meu pequeno milagre, tão pequeno, tão indefeso. A partir de agora o meu sonho é ver ele se formar numa faculdade.
Ah como eu queria que tivesse sido apenas um pesadelo mesmo, queria poder ter acompanhado o nascimento do meu filho, ter amamentado no peito, ter passado a dor do parto, mas infelizmente não vivi nada disso. Mas não tenho o que reclamar, tenho que agradecer a Deus a segunda chance que ele deu a mim e a vida de meu filho.
Sou muito agradecida a Doutora Carla Regina Batiuk Shamne, que fez meu parto e também aos meus familiares, amigos, médicos, e ao meu marido. Mas acima de tudo sou eternamente grata a Deus.
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Minha mensagem
Para todos que passam por problemas de saúde, sempre falo para terem fé em Deus e não desistirem de vocês mesmos. Fazem oito meses e 13 dias que sai do hospital. Meu filho graças a Deus está hoje com dez meses. Forte e saudável, a cada dia me dá mais alegria! Eu sobrevivi e meu filho também. No momento de minha recuperação busquei forças em Deus, e aprendi a dar mais valor ao tempo que tenho para ficar com meu filho marido e familiares, e a chorar menos por qualquer coisa.
Nós somos a prova viva de que para Deus nada é impossível.