As amizades melhoram o bom humor, fazem bem para o coração e previnem problemas relacionados à solidão e à depressão.
Quem tem amigo tem tudo. O poeta Mário Quintana já dizia “A amizade é um amor que nunca morre”. E o valor inestimado de uma amizade pode ser comprovado cientificamente.
De acordo com uma pesquisa da Universidade de Chicago, pessoas solitárias são mais propensas a desenvolverem doenças, além de terem mais insônia, imunidade mais baixa do que quem se relaciona com amigos frequentemente, e demoram mais a se curar de doenças simples, como uma gripe ou resfriado. Outro estudo americano, publicado no Journal of the American Medical Association, apontou relação entre solidão e o risco maior de ter doença de Alzheimer.
A cardiologista do Centro Integrado Cardiovascular do Hospital Nossa Senhora das Graças (HNSG), Dra. Camila Hartmann, afirma que manter um círculo de amizades reduz consideravelmente o risco de doenças cardiovasculares. “O estresse é um dos maiores fatores de risco para o surgimento de doenças cardiovasculares, por isso a amizade faz muito bem para o coração, pois diminui o estresse psicossocial”, comenta.
Já a psicóloga do HNSG, Rosane Lúcia de Azevedo Cabral, ressalta que existem pesquisas que comprovam que a amizade evita a ansiedade e depressão, sendo esta caracterizada pela perda ou diminuição de prazer e desinteresse por convivência social. Quando há um relacionamento agradável entre pessoas, o organismo responde com a liberação de substâncias químicas que são produzidas pelos neurônios, liberando ocitocina e dopamina, responsáveis pelo prazer, bem estar e sociabilização. “Essas substâncias são fontes de bem estar físico e psicológico, auxiliando no fortalecimento do sistema imunológico além de oferecer sensação de prazer por estar em boa companhia”, afirma.
E não precisa ir longe para descobrir o quanto uma amizade pode ser positiva para a saúde. Ter amigos contribui para longevidade, pois as emoções positivas causadas com a sua presença promovem o autocuidado e a qualidade de vida. “Um amigo pode auxiliar no movimento ou na manutenção de novos hábitos de vida, como ter companhia na prática esportiva, ou deixar de fumar, por exemplo”, avalia Rosane.
Como reconhecer um bom amigo
Na visão da psicóloga, estabelecer uma verdadeira amizade e reconhecer um bom amigo, não é algo tão simples. “Uma verdadeira amizade abrange um comprometimento com o outro, é um envolvimento e responsabilidade recíproca, traz solidariedade e cumplicidade”, diz.
Segundo Rosane, podem existir amizades de diversas fases da vida, algumas mais íntimas, outras superficiais, e aquelas em que a pessoa pode contar a qualquer momento e em qualquer situação. “As demais amizades podemos denominar como grupos de amizade de troca”, acrescenta a profissional.