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Pâncreas artificial hibrido

Publicado em 04/02/2022

Pacientes do Centro de Diabetes Curitiba, localizado no HNSG, passam a utilizar, pela 1ª vez no Brasil, tecnologia que atua como pâncreas artificial hibrido avançado.

Homologada e aprovada pela Anvisa, uma nova bomba de insulina, que chega o mais próximo de um pâncreas artificial, passa a ser o novo aliado dos brasileiros com Diabetes tipo 1 – entre 7 e 80 anos – que precisam de múltiplas doses de insulina por dia para controlar a glicemia. O novo sistema de bomba de insulina já é utilizado na Europa e começou a ser comercializado no Brasil neste ano.

A nova tecnologia passou a ser utilizada pela primeira vez no Brasil, por duas meninas pacientes do Centro de Diabetes Curitiba – CDC, localizado no HNSG, Larissa Strapasson, de 30 anos, e Luiza Vianna, de 11 anos. Para o endocrinologista, Dr. André Vianna, que coordena o CDC, o pâncreas artificial híbrido representa um marco na evolução dos tratamentos do diabetes. “Com esta nova bomba as interações que o paciente tem com a doença caem em média de 100 para 18 vezes ao dia, já que maior parte das decisões em relação a aplicação da insulina são tomadas pelo próprio equipamento, sem a necessidade de interferência do paciente”, explica Dr. André Vianna, médico endocrinologista do CDC. Ou seja, por meio de algoritmo o aparelho consegue identificar se e quando a pessoa terá um quadro de hipoglicemia e hiperglicemia, aumentando ou reduzindo as doses de insulina ou até suspendendo se necessário as aplicações de forma automática. Assim, a pessoa que tem diabetes consegue aumentar o tempo que fica com a glicemia dentro da normalidade. Com isso, evitam-se diversas complicações crônicas que podem afetar órgãos como olhos, rins, fígado, coração e sistema vascular.

Para Larissa, a bomba de insulina representa uma mudança de vida. Ela convive com o diabetes há 13 anos, desde os 17, e precisa fazer aplicações com a caneta de insulina cerca de seis vezes ao dia. “Me preocupo 24 horas do dia com os meus níveis de glicemia. Durmo pensando que tenho que acordar e corrigir a glicemia, faço exercícios pensando que tenho que controlar para evitar de ter hipoglicemia, antes de todas as alimentações faço cálculo de carboidrato e da dose que devo aplicar de insulina. O aparelho vai ajudar a reduzir este peso que a doença traz. Já passei por todo tipo de tratamento e nada chegou a este nível de segurança”, informa Larissa, que já havia usado um outro modelo de bomba em 2021.

Segundo André Vianna, com a nova tecnologia, a única preocupação passa a ser com a contagem de carboidratos antes das refeições, mas o cálculo da dose de insulina é realizado pelo próprio aparelho. Caso a contagem de carboidratos esteja errada, o próprio algoritmo do aparelho faz as adaptações necessárias para evitar os altos e baixos de glicemia no sangue. “Importante ressaltar que o sistema automatizado ainda precisa do suporte e acompanhamento do médico endocrinologista, além de orientação de educadores em diabetes, já que o usuário ainda precisa contar carboidratos e manter uma boa alimentação”, alerta o médico.

Benefícios para crianças – Luiza Vianna, de 11 anos, é a primeira criança a receber o pâncreas artificial híbrido avançado. A mãe Giovanna Vianna, conta que a filha tem diabetes tipo 1 desde os 2 anos de idade e acredita que este novo tratamento trará inúmeros benefícios. “Ela terá mais liberdade na hora que de se alimentar, de ir a um aniversário ou de sair com as amigas, por exemplo, tendo em vista que o sistema possibilita um controle muito maior dos níveis glicêmicos. Por outro lado, fico mais tranquila porque poderei acompanhar o tratamento pelo aplicativo no celular”, diz.
O endocrinologista pediátrico, Mauro Scharf, médico responsável pelo tratamento de Luiza, explica que a nova tecnologia pode reduzir muito as complicações do diabetes nas crianças. “Essa nova bomba proporcionará mais qualidade de vida para a criança, que muitas vezes pode errar uma contagem de carboidratos, pode comer alguma coisa inusitada, e a bomba fará automaticamente as pequenas correções necessárias para que a glicose no sangue do paciente permaneça sempre normal, evitando complicações crônicas”, afirma.

Mais sobre o sistema

O Sistema MiniMed 780 G foi desenvolvido pela multinacional Medtronic e já possui registro na Anvisa desde o ano passado, sendo o primeiro pâncreas artificial híbrido avançado homologado e aprovado pela Anvisa.

Através de um sensor e transmissor, o sistema recebe os dados de glicose via bluetooth, e envia para a bomba. Este dispositivo fica acoplado ao paciente e conectado ao tecido subcutâneo por uma cânula, para que ocorra a infusão de insulina. É possível acompanhar todos os dados do sistema através de um smartphone, além de conseguir compartilhar com até 5 cuidadores.

FONTE: COMUNICORE Comunicação e Marketing