Mastologista do Hospital Nossa Senhora das Graças, explica a diferença entre eles.
O outubro rosa busca a conscientização das mulheres a respeito da importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama. Especialistas destacam a importância da mamografia, que deve ser realizada obrigatoriamente a partir dos 40 anos e é mais importante que o autoexame. “ O autoexame permite o contato de lesões palpáveis, ou seja, quando o tumor possui pelo menos 1 cm, e para que o tratamento seja menos agressivo, o diagnóstico precoce descoberto pela mamografia, antes da doença se manifestar clinicamente, é mais eficaz”, orienta o mastologista do Graças, Dr. Cícero Urban.
O rastreamento mamográfico pode levar a chances de cura acima de 90%. “E isto é fundamental para que possamos reduzir a mortalidade desta doença que deverá acometer mais de 58 mil mulheres em 2018”, relata o médico. Nódulos, retração de pele, retração do mamilo, feridas na aréola e mamilo são sinais importantes. Mas as mulheres nunca devem esperar ter dor ou sentir algo para consultar o seu ginecologista.
Sobre a mastectomia
Quando uma mulher é diagnosticada com câncer de mama, uma das primeiras coisas que passa pela sua cabeça e por todos a sua volta é que ela terá que retirar a mama. O procedimento é a mastectomia, um momento muito difícil para as pacientes que enfrentam esta batalha. O médico explica que este procedimento pode ser evitado em alguns casos. “Nem sempre as mastectomia é realizada, algumas pacientes com câncer de mama podem ter suas mamas preservadas”, esclarece Dr. Cícero.
A agressividade da cirurgia vai depender do estágio do tumor. O médico destaca que o câncer de mama não é uma única doença, mas uma classe de doenças, que pode variar, com tumores pouco agressivos a mais agressivos. “Tumores pequenos permitem cirurgias menos agressivas, porém, existem situações onde mesmo com tumores pequenos precisamos retirar a mama. E isto depende do tamanho da mama e de algumas características do tumor”, conta.
A mastectomia, com o passar do tempo e o avanço da medicina, está menos agressiva do que 30 anos atrás. “Procuramos obter o máximo da eficácia, com o mínimo da radicalidade”, explica Dr. Cícero. Ele também ressalta que, na maioria dos casos, após a cirurgia, é indicada e feita a reparação da mama. “Em ambos os casos procuramos realizar a cirurgia reparadora – de reconstrução mamária – no mesmo momento da cirurgia do câncer. A reconstrução é, portanto, parte do tratamento”, afirma.
Após a cirurgia, os cuidados pós-operatórios são essenciais para a recuperação da paciente, mas vão depender do tipo de cirurgia que ela foi submetida. “De maneira geral deve-se evitar atividades físicas mais intensas nas primeiras semanas, realizar fisioterapia precocemente e evitar o sol nas cicatrizes durante meses. Algumas pacientes necessitam de drenos, que também precisam de cuidados especiais. Mas geralmente é um pós-operatório tranquilo”, avalia.
O objetivo dos médicos é que a mulher possa levar uma vida normal, o mais próximo do que ela viva antes do diagnóstico. “É isto que buscamos, qualidade de vida, não apenas a cura. Porém, sabemos que isto nem sempre é fácil. A mama é um órgão muito delicado para a autoestima feminina, para sua saúde física, sexual e psicológica. Assim , existem muitos aspectos envolvidos na superação desta doença. Mas o ideal é que possa levar uma vida normal”, conclui.